Há uns dias, antes do Natal, o Nuno ligou, como liga sempre,
de há anos para cá.
Trabalhamos juntos mas, para o Nuno, quando queremos mesmo
desejar Boas Festas a alguém, pegamos no telefone. E é ele que está certo.
“Tem um Natal feliz e que 2019 seja tudo o que mereces e
procuras”. Foi mais ou menos isto. Respondi que lhe desejava o mesmo. E desejo
mesmo porque gosto dele.
Tínhamos estado juntos na festa de Natal da empresa e tínhamos
ambos saído mais cedo. Ele porque não é de grandes ajuntamentos, eu porque
tinha que acordar muito cedo para uma reunião do outro lado da cidade…e porque
tinha outra festa à noite que, essa sim, ia acabar tarde. E eu queria estar
bem, para a aproveitar até ao fim.
“Não sei como aguentas, na tua pele eu estava morto”, ainda me disse antes de
desligar. Eu oiço isto e, a verdade, é que me sinto viva como nunca antes.
2018 foi feito de deixar cair o “eh pá, deve ser giro, mas
se calhar é melhor não” e de optar pelo “deve ser giro, por isso vou.”.
Mas também foi um ano especialmente desafiante ao nível profissional,
em que tantas vezes me forcei a marcar presença em alguns dos muitos eventos que
aconteceram na minha área, porque senti que, indo, me acrescentariam alguma coisa,
pessoal ou profissionalmente.
Foi o ano de voltar a estudar, porque o mundo não para e eu
gosto de estar por dentro do que se passa à minha volta.
Foi o ano em que me esforcei para andar mais atenta ao que me rodeia, e em
que tentei chegar aos que percebi que precisavam da minha ajuda.
Foi o ano em que acompanhei todas as Revenge of the 90s de
Lisboa, para onde fiz questão de arrancar sempre sozinha, de táxi, sem hora
para voltar, confiando numa equipa que me conhecia há pouco tempo, mas que algo
me dizia que me iria receber de forma incrível.
Foi o ano em que fiz a minha primeira viagem de avião com o
objetivo de dar uma palestra, e para um sitio onde conheci um grupo de pessoas muito especial e
de onde trouxe mais amigos.
Foi o ano em que voltei a nadar no mar quente do nosso sul, e
fi-lo com a ajuda de dois miúdos fantásticos que me levaram a andar de gaivota
ao fim de mais de 30 anos sem o fazer.
Foi o ano em que festejei os 43 anos de vida rodeada dos
meus amigos, ao mesmo tempo que me emocionei ao vê-los a chegar à festa “todos pi-pis”,
e carregados de sacos de supermercado com alimentos que deixámos no CASA.
Foi o ano em que assisti a vários concertos - que a música
tem um papel fundamental na minha vida - mas em que um deles foi de uma das minhas
bandas preferidas, e ainda hoje não sei como não saltei da cadeira de tanto “pular”
e como não perdi a voz de tanto cantar.
Foi o ano em que me apaixonei, desapaixonei e voltei a
apaixonar, que o meu coração é teimoso o suficiente para conseguir desencantar
algumas passagens secretas que a cabeça descuidou.
Foi o ano em que alarguei o meu leque de amizades com um
grupo de pessoas com quem antes apenas me cruzaria profissionalmente, e onde
encontrei mais do que conversas de circunstância.
2018 desafiou-me a crescer a todos os níveis, pondo-me
tantas vezes à prova. Mas foi feito da massa que eu precisava para olhar para
2019 com vontade de voltar a deixar o coração agarrar um bocadinho as rédeas
desta viagem, que isto tem sido divertido, e a dar tudo.
Venha ele.
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