O Verão já lá vai. Voltámos à
rotina do trabalho.
Alguns de nós meteram-se num avião e
voltaram ao país que lhes prometeu um futuro melhor. Outros meteram-se no mesmo
avião e foram pela primeira vez. Depois, há os que não foram nem vão, mas que o
regresso ao trabalho nos retira da vista mais vezes do que as que gostaríamos.
Passou Setembro, passou Outubro. Com
Novembro a romper, e as saudades a apertar, os que podem regressam, mesmo que por
pouco tempo, de fugida. E reúnem-se à volta da mesa. Com o sol, o mar e a areia
como pano de fundo. No bar de quem já passou connosco o tempo quente, no bar de quem já se
partilhou connosco, e a quem desejamos que tudo corra bem.
Comentam-se as novidades de quem chega de lá. Misturam-se com as de quem vem de cá.
Comentam-se as novidades de quem chega de lá. Misturam-se com as de quem vem de cá.
Trocam-se presentes atrasados. Os que
não foram trocados por culpa da ausência forçada.
Notam-se as mudanças de cor de cabelo,
a roupa nova. Sem maldade. Sem inveja. “Estás tão gira assim!”. Do coração.
Reforça-se aquela relação que começou
no Verão. Aos olhos de todos “que bom, eles merecem”. No fundo da mesa comenta-se
baixinho “vai ser desta”. Quem disse costuma acertar. Fui eu.
Chega a sangria. Vem o petisco. São as
conversas que se cruzam. Que se atropelam. As risadas de um lado, os sorrisos
do outro. Numa curva, esbarram um com o outro e é a gargalhada geral. As mesas do
lado olham, mas nós nem queremos saber. É a loucura sã.
Os miúdos correm para perto do mar.
Para acelerar na areia. Dar saltos. Mas os graúdos vão atrás. Não para
controlar. Mas porque aqui todos brincam uns com os outros.
O sol muda de lugar e de cor. Deixa de
ter força para aquecer o corpo mas ganha-a para aquecer a alma, de tão
bonito.
O dia chega
ao fim. Despede-se. Despedimo-nos todos. “Quando voltas para lá?”, pergunta-se pedindo
que o tempo páre. “Vou daqui a uns dias.” “E quando regressas?”. A resposta é
pronta ”no Natal e, muito provavelmente em Janeiro, para o aniversário da tua
mana.”
O importante é tentar não estar longe muito tempo. Voltar sempre que se pode. O avião dá uma ajuda e torna o "tão longe" em "tão mais perto".
O importante é tentar não estar longe muito tempo. Voltar sempre que se pode. O avião dá uma ajuda e torna o "tão longe" em "tão mais perto".
Os que
ficam e apenas se despedem do momento, não do País, prometem que nem a chuva,
nem o frio os vai separar. Nem a chuva, nem o frio nos vai separar.
Porque
quando o que existe é amizade, da boa, o mundo reduz-se ao tamanho de uma azeitona.
AMO <3
ResponderEliminarLá está Marta a pedra filosofal é realmente não deixar que o longe se torne longe e encurtá-lo sempre.
ResponderEliminarAté ao próximo.
Bruno