25 de abril de 2013

À conquista do continente do futuro

Aviso à navegação: hoje quem escreve não é apenas a Marta que já tantos conhecem. Hoje quem escreve é também a Marta, assessora de imprensa da Novabase.

Estes últimos dias foram de tanto trabalho. Stress. Dias de um cansaço que chegou a tocar o extremo. Umas vezes físico, muitas vezes psicológico. Lançar uma empresa lá fora não é para todos. Lançar uma empresa em terras que estão longe da nossa, também não. E nós conseguimos. Mais uma. Desta vez, nas terras de Malangatana. Nas terras quentes de Moçambique.
Foi um trabalho de equipa. Até acredito que quem inventou esta expressão, se tenha inspirado em pessoas como nós. Cada um fez o seu melhor. Cada um deu o seu melhor. Mas todos com apenas um objectivo. Cumprir “O” objectivo. Chegar exactamente a quem definimos que queríamos chegar. Chegar lá, passando a mensagem certa. E, acima de tudo, chegar lá, tocando de uma forma diferente. Fazendo a diferença.

Foi um trabalho cheio de riscos. Que nos assustaram mas que também nos motivaram.
Um trabalho em que uns estiveram na linha da frente, outros ficaram de apoio, na linha de trás. Mas logo atrás. Atentos.

Nos dias que antecederam o dia, os nervos estiveram à flor da pele. Nos dias que antecederam o dia, o coração bateu muitas vezes mais depressa. Ia correr bem? Não ia correr bem? Até à última, ninguém tinha nenhuma certeza. Melhor, apenas uma: que tínhamos feito tudo o que era humanamente possível.


Mas foram também dias importantes porque percebemos que somos capazes. Que estamos à altura. Que de cá para lá, é possível. Que conseguimos acompanhar o movimento natural da nossa empresa. Aquele que sai da nossa fronteira, e que passa para o lado de lá. Aquele que sai da nossa zona de conforto e que nos leva a viver novos desafios. Aquele movimento que só os mais corajosos conseguem fazer.

Enfrentámos um ritmo diferente, uma cultura diferente, costumes diferentes. Aprendemos a adaptarmo-nos. Aliás, como bons portugueses que somos. Mas também aprendemos com esse novo mundo.

No fim, o reconhecimento. Por todos os lados. De toda a equipa. Para toda a equipa. E, principalmente, dos que estiveram de apoio, atentos, na tal linha de trás.

“Suámos as estopinhas”, gritámos, desesperámos. Mas também foram muitos os momentos em que nos rimos como nunca antes. Momentos que acabaram até por unir quem, em tempos, se tinha desunido. Só por isso valeu a pena cada cabelo branco a mais para pintar.
Hoje temos um novo país para pintar no mapa-mundo. E, porque esta é uma equipa ganhadora, venha de lá essa tinta para continuar a fazer chegar longe a nossa visão. Porque queremos continuar a tocar pessoas. A mudar-lhes a vida. A tornar os seus dias mais simples e mais felizes, através da tecnologia.

Por tudo isto, hoje quem escreveu não foi só a Marta. Foi também a Marta, assessora de imprensa da Novabase. E com muito orgulho. Porque, também lá, fizemos acontecer.

Pensar alto - Poesia de Malangatana
Sim
às marrabentas
às danças rituais
que nas madrugadas
criam o frenesi
quando os tambores e as flautas entram a fanfarrar

fanfarrando até o vermelho da madrugada fazer o solo sangrar
em contraste com o verdurar das canções dos pássaros
sobre o já verduzido manto das mangueiras
dos cajueiros prenhes
para em Dezembro seus rebentos
dançarem como mulheres sensualíssimas
em cada ramo do cajual da minha terra
mas, sim ao orgasmo
das mafurreiras
repletas de chiricos
das rolas ciosas pela simbiose que só a natureza sabe oferecer

mas sim
ao som estridente do kulunguana
das donzelas no zig-zague dos ritos
quando as gazelas tão belas
não suportam mais quarenta graus à sombra dos canhueiros em flor

enquanto as oleiras da aldeia, desta grande aldeia Moçambique
amassam o barro dos rios
para o pote feito ser o depositário
de todo o íntimo desse Povo que se não cala disputando
ecoosamente com os tambores do meu ontem antigo
.

2 comentários:

  1. Muito bem, Marta! Cá estamos para mais umas ;)

    Ainda agora começamos... Queres ir até lá comigo?

    Beijinhos!

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  2. Ir até ia mas precisamos de ir de jacto porque 11h de viagem não são para mim:) Bj

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