25 de fevereiro de 2013

Missão: ser feliz.

São as coisas mais simples que me fazem feliz. Não estão por nenhuma ordem em especial, mas não é por isso que deixam de me fazer feliz.

De acordar de manhã e ver que está sol. Ou a chover. Mas que acordei. Que estou viva. Mais um dia.

De sonhar e lembrar-me do sonho.
De me espreguiçar mas, ao fazê-lo, sentir cada bocadinho do meu corpo a descontrair.

De ouvir no quarto ao lado, a minha mãe a abrir o estore. Também a tenho mais um dia.
De acordar sem enxaquecas. Quem tem, sabe do que falo.

De tomar o pequeno-almoço e ir a correr para a varanda para me despedir da mana e da Carlota. Mais um dia de trabalho e de escola. Mais um dia que passa, e também elas estão por cá.
De tomar um banho quente, rápido, mas com tempo suficiente para sentir a água a escorrer-me pelo corpo. De preferência com o cheiro do gel de duche de chocolate.

De olhar para o espelho e ver algo que me agrada. Por fora. Durante os meses em que estive doente e magra, não queria sequer ter espelhos à minha volta. E foram meses demais.
Mas também de olhar para dentro de mim e gostar do que vejo. Orgulhar-me. Chama-se amor-próprio e ajuda-nos muito a viver na selva em que o mundo se tornou.

De ir à empresa e sentir que fiz falta nos dias em que não apareci. Que notam quando não estou.
 
De chegar ao fim de mais um dia de trabalho e sentir que piquei todas as tarefas que tinha listado. Sentir que tive um dia produtivo.

De ouvir a minha rádio enquanto trabalho em casa, enquanto arrumo o quarto, enquanto me arranjo para sair. Ou para estar em casa.
De chegar à hora de almoço e sentir fome. Passei meses a mais a não sentir, por estar doente.

De receber ou fazer um telefonema a uma amiga com quem já não falo há muito tempo. Mas esse tempo parecer quase nenhum.
De não deixar passar um dia sem sentir que fiz alguém feliz. Ou porque lhe sorri, ou porque lhe agradeci, ou porque a ouvi.

De pegar num livro e mergulhar na história. De tal forma, que o leio em poucos dias. Nunca mais me esquecer da história. E, quando escolho um presente para uma pessoa especial, escolho esse livro, na esperança que ela sinta o mesmo que eu senti ao lê-lo.
De me enfiar na cozinha e inventar. Ou apenas de cozinhar para a minha família. Desde umas simples costeletas com arroz até algo mais elaborado. E depois dizerem-me que “ficou bom”.

De fazer um grelhado na varanda para…as 4.
De beber uma garrafa de espumante com a minha irmã ao Sábado à noite, em casa, e ficar com a gargalhada mais fácil. E com as bochechas vermelhas. Depois disto, um charuto e um porto.

De chegar à noite a casa e ter a lareira acesa, a Carlota à espera, tratada, confortável e cheia de histórias para contar. Ou de ser eu a tratar dela.

De dormir uma sesta depois de almoçar em casa, no fim de semana. No Inverno, com os meus sacos de água quente.
De ouvir o crepitar da lareira numa noite de Inverno. Ou os grilos numa noite de Verão. E os corvos durante o ano todo.

De mantas. Muitas mantas. E almofadas. Muitas almofadas. E de sacos de água quente. Muito quentes.
De me lembrar do Gaspar sem chorar. Sei que ainda vai levar tempo.

 
De ver televisão esparramada no sofá.
De café acabado de fazer. Acompanhado de 3 quadradinhos de chocolate de leite Milka.

De estar na minha varanda. E ver o que vejo dela. A lua, por exemplo.
De escrever. Mesmo coisas assim, sem grande sentido. Mas escrever. Deitar cá para fora o que me vai na alma. Mesmo que só me interesse a mim.

Das histórias que vivi e que consegui passar para o papel com a intensidade com que as vivi.
De me sentir feliz só porque…sim. Sem mais grandes explicações. Só porque sim.
De poder fazer tudo o que acabei de escrever, mas ter a capacidade de sentir no coração que o estou a fazer. E ficar quentinho.

Para mim, ser feliz passa por pouco. Porque estive perto demais de nunca mais poder sentir. Mas, se calhar, foi preciso. Para perceber como é bom poder sentir. E quando eu digo sentir, é mesmo isso: Sentir. Com S grande.

Como alguém um dia disse, "A felicidade não é um luxo: está em nós como nós próprios."
Ser feliz e fazer por ser, é isso mesmo, o meu luxo.

1 comentário:

  1. Uma das coisas que me deixa feliz, é ter a sorte de a ler.....;) Obrigada!

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