Estamos todos, e somos tantos…As amigas que lá fora contam os dias que faltam para
passarem o Verão cá dentro. Aquelas que se preparam para embarcar no mesmo desafio, também à procura de uma vida melhor. Os que continuam por cá, por
opção ou por falta dela, e que acabam também por fazer as mesmas contas para voltar a
ver os que seguem viagem. Os nós na garganta na
despedida. “Temos o facebook, fazemos uns skypes, pá! Vamos matando saudades
assim…E vamos lá ter contigo...”.As lágrimas escondem-se por detrás dos óculos espelhados. Disfarçaaaaa…!
Misturam-se os amigos com os conhecidos. Misturam-se os de sempre com os de agora. Os de antes com os de hoje. E todos se cumprimentam como se se
conhecessem há que tempos. Um jogo de futebol, um restaurante, um
filme, uma notícia de jornal. Há sempre qualquer coisa em comum. E se não houver, inventa-se. Somos assim.
São horas e horas de praia que passam a correr. Que passaram a correr.
Arrisco-me a dizer que estas foram as melhores férias dos últimos anos. Conhecemos
lugares novos. Reunimos amigos e com amigos. Fizemos outros que, quem sabe,
ficarão para a vida.
No que me diz respeito, foi um Verão que me vai marcar para sempre. Descobri uma nova Marta. Quase, mesmo quase a fazer 38 anos, 23 deles sentada na minha cadeira de rodas, decidi deixar-me de tretas e aproveitar mais aquilo que a vida tem de bom para me dar. Podia tê-lo feito há mais tempo. Mas acredito que há uma altura certa para tudo. E essa altura chegou.
Vinha de um ano sem férias e de muitos meses de trabalho duro. De projectos
que me tinham tirado grande parte da energia que, ao contrário do que
tantos pensam, tem um limite. Vinha de um ano em que tantas vezes me tinha
apetecido desistir. Precisava – precisávamos – urgentemente de férias. De
parar. De recarregar baterias. Estávamos todas a zeros.
Aquele dia na praia no Alvor foi o ponto de viragem. Quando lá cheguei e vi
que estava preparada para mim, decidi deixar-me levar pelo coração e
enfiei-me de novo dentro do mar. Custou-me. Foram anos a viver de outra
forma, mas a verdade é que tomei a decisão mais inteligente dos últimos anos. Uma
espécie de regresso à liberdade.
Foi um impulso, mas hoje percebo a
dimensão da coisa: abri uma porta que tem tudo para me fazer ainda mais feliz.
Foi também especialmente gratificante sentir que todos à minha
volta - mesmo os que nunca tocaram no assunto e que há anos que convivem comigo
sem fazerem grandes perguntas – estão tão ou mais entusiasmados do que eu com
esta nova fase.
Pois, meus amigos, uma coisa vos posso garantir: como só tenho 37 anos (quase, quase 38), não vou voltar
atrás na decisão e conto viver até aos 100, haverá tempo para mergulhos e nadadelas com
todos!
Agora venham de lá os meses de trabalho. Os horários. As reuniões. As rotinas. Os projectos novos. Mesmo aqueles que me sugam a energia. Vá, venham! Porque, depois de um Verão como este, tenho tanta de reserva que estou preparada
para ir à Lua e voltar. E estou a ser modesta!
Oi Marta!
ResponderEliminarJá tinha tido vontade de cometar as tuas postagens, fizeste-me reviver momentos de vivencia que tivemos, nem sempre fisicas, mas sentimentais....A D.Susana, as velhotas, vocês pequeninas, a casinha do quintal, os namorados, o rainha, e outras coisas todas.... emoções.
....mas este ano, tenho a certeza, e tu tb, que vai ser um ano de viragem para todas, vós.
Continua a ser a Marta que sempre foste, qd houver um instante que os braços te pedem inercia. Beijinhos para as Canarinhas e um especial para ti, da São
Que bom ter-te por aqui São! Conheces, de facto, muitas destas realidades!
EliminarUm beijinho e espero que te mantenhas por perto!